Fisioterapia no Autismo Como Ela Ajuda no Desenvolvimento e Inclusão Social (TEA)

A fisioterapia desempenha um papel fundamental no tratamento de crianças com autismo, contribuindo para a melhora postural, para o desenvolvimento motor, para a melhora da coordenação e da aptidão física, melhora no tônus, da propriocepção e reconhecimento do próprio corpo, e da interação do mesmo com o meio. A hipotonia está presente na grande maioria dos autistas, causando prejuízos, sobretudo na aquisição dos marcos motores, no planejamento e execução dos movimentos e na independência. Abaixo alguns exemplos: Através da fisioterapia, conseguimos ganhar força muscular, flexibilidade e coordenação motora, fatores que são essenciais para a funcionalidade e a inclusão social, contribuindo para o aumento da confiança e autoestima, permitindo que o indivíduo se envolva mais facilmente com outras pessoas em atividades de grupo, esportes ou brincadeiras. Isso pode resultar em uma melhora na socialização e na redução de comportamentos desafiadores. A fisioterapia no autismo é um dos componentes chave para uma abordagem terapêutica multidisciplinar eficaz. O trabalho em conjunto com outras especialidades oferece uma abordagem mais completa, atendendo às diversas necessidades da pessoa e contribuindo para seu desenvolvimento global.
A Importância da Informação para Construir Empatia no Atendimento a Pessoas Autistas

O autismo é uma condição que afeta cada pessoa de maneira única. Não há uma fórmula única para entender o autismo, mas quando buscamos nos informar sobre ele, estamos dando um passo importante para construir um mundo mais acolhedor e respeitoso para quem é autista. O tema do Dia Mundial de Conscientização do Autismo de 2025, “Informação gera empatia, empatia gera respeito”, nos lembra que, ao entender mais sobre o autismo, podemos agir com mais empatia e, assim, criar um ambiente mais inclusivo para todos. Neste post, vamos refletir sobre como a informação certa pode transformar o atendimento a pessoas autistas, tornando-o mais humano e sensível às suas necessidades. Quebrando Barreiras com o Conhecimento Muitas vezes, o desconhecimento sobre o autismo cria barreiras desnecessárias. E, sem entender as necessidades e os desafios das pessoas autistas, é muito fácil cair em estereótipos. Algumas pessoas ainda pensam, por exemplo, que o autismo é uma condição rara ou que todas as pessoas autistas têm as mesmas dificuldades. A verdade é que o autismo é um espectro, o que significa que ele se apresenta de formas muito variadas, e cada pessoa autista tem suas próprias experiências e necessidades. Quando as informações corretas chegam até nós, temos a chance de enxergar além dos estigmas e ver as pessoas autistas em toda a sua complexidade e potencial. Isso nos ajuda a criar um ambiente mais acolhedor, onde a empatia e o respeito se tornam a base para a convivência e a inclusão. Empatia no Atendimento: Entendendo a Pessoa por Trás do Diagnóstico Para os profissionais de saúde, educadores e terapeutas, a empatia começa com o entendimento do autismo e das formas como ele se manifesta em cada indivíduo. Pessoas autistas podem ter diferentes formas de se comunicar ou de interagir, e isso deve ser respeitado. Às vezes, uma pessoa autista pode ter dificuldades em expressar suas necessidades verbalmente, ou pode precisar de mais tempo para responder. Em outros momentos, pode demonstrar desconforto com certos estímulos sensoriais, como luzes fortes ou ruídos altos. Esses comportamentos não são “difíceis”, são apenas diferentes. Quando os profissionais de saúde se informam e se sensibilizam para essas diferenças, conseguem proporcionar um atendimento mais humanizado e respeitoso. Por exemplo, um terapeuta que entende a importância de respeitar o tempo de uma pessoa autista ao fazer atividades, ou que usa uma abordagem mais suave e gradual para explicar procedimentos médicos, pode criar um vínculo de confiança e segurança. A Empatia Transformando a Relação Terapêutica A informação vai além de apenas saber o que é o autismo; ela também nos ajuda a colocar isso em prática. Quando as equipes de saúde estão bem informadas e preparadas para atender pessoas autistas de maneira empática, o impacto é profundo. A empatia transforma a experiência do atendimento, tornando-o mais acolhedor e menos estressante. Quando entendemos que cada pessoa tem suas particularidades, conseguimos oferecer um cuidado que é, antes de tudo, respeitoso e adaptado às necessidades do outro. Para um paciente autista, sentir-se respeitado e compreendido durante uma consulta médica ou uma sessão de terapia pode fazer toda a diferença. Esse cuidado atento à individualidade de cada pessoa é o que realmente gera confiança e bem-estar. E é isso que queremos promover: um atendimento que acolhe, que ouve e que, acima de tudo, respeita o ritmo de cada um. O Papel das Famílias: Um Apoio Fundamental A informação também é essencial para as famílias. Sabemos que a jornada de pais, mães e familiares de pessoas autistas pode ser desafiadora, especialmente quando o diagnóstico é recente. O conhecimento sobre o autismo é uma ferramenta poderosa que pode transformar a forma como as famílias se relacionam com seus filhos e entes queridos. Quando as famílias têm acesso a informações confiáveis, elas se sentem mais seguras e preparadas para lidar com as diferentes situações do cotidiano. Isso não só ajuda a pessoa autista a se sentir mais apoiada, mas também cria um ambiente familiar mais harmonioso e cheio de compreensão. A empatia, nesse caso, nasce do entendimento profundo das necessidades da pessoa autista e das maneiras como podemos apoiá-la em seu desenvolvimento e bem-estar. Construindo um Mundo Mais Acolhedor para Todos No fim das contas, a informação sobre o autismo é a chave para transformar nossa sociedade em um lugar mais inclusivo e acolhedor. Quando nos informamos, conseguimos enxergar o potencial e as qualidades das pessoas autistas, e não apenas suas dificuldades. E quando agimos com empatia, respeitamos essas qualidades e damos espaço para que cada pessoa se desenvolva de maneira plena e feliz. Abril, o mês de Conscientização do Autismo é um momento para refletirmos sobre a importância de entender as diferenças e promover uma sociedade mais justa. A empatia gerada pelo conhecimento é fundamental para que possamos criar um ambiente de respeito e acolhimento para todos. Com informação, podemos ajudar a construir um mundo onde a diversidade seja celebrada e onde todos, autistas ou não, se sintam parte de algo maior. Vamos, juntos, continuar aprendendo e praticando o respeito, para que cada pessoa autista possa se sentir aceita, compreendida e, acima de tudo, respeitada.
Autismo e higiene pessoal: dicas práticas

Autismo e higiene pessoal: dicas práticas A rotina de autocuidado e higiene pode ser desafiadora para quem tem Transtorno do Espectro Autista (TEA) e seus familiares. O processo de tirar a roupa, entender suas fisiologias, ir a um banheiro diferente e criar um hábito rotineiro para, por exemplo, escovar os dentes e tomar banho, pode merecer atenção e diálogo. Segundo a terapeuta ocupacional do Instituto PENSI, Stephanie Bruna dos Santos, as dificuldades de higiene relatadas por pais e cuidadores costumam envolver: higiene íntima (desfralde e utilização do vaso sanitário), higiene dos cabelos e higiene bucal. “O sabor do creme dental, a textura das cerdas da escova de dentes e outros produtos de higiene, passando ainda pelo próprio banheiro, podem ser gatilhos por conta dos distúrbios sensoriais relacionados ao autismo”, explica a profissional. É comum, em alguns casos, que crianças com TEA aprendam a usar o banheiro somente com uma idade mais avançada, quando comparamos com crianças típicas. Algumas crianças com autismo se acostumam com a rotina de usar o banheiro em casa, mas podem ter dificuldade para uso na escola ou em outros lugares públicos, por exemplo. Pontos de atenção: Pode haver razões físicas ou psicológicas que impeçam a criança de usar o banheiro. Por isso, sempre converse com a equipe multiprofissional que acompanha seu filho(a). Pela dificuldade com a linguagem, recomendamos não esperar a criança com autismo pedir para usar o banheiro. Acompanhe de perto e crie mecanismos para que a rotina seja estabelecida naturalmente. Um cronograma visual pode ajudar! É comum que crianças com TEA também tenham dificuldade para manusear as roupas na hora de usar o banheiro. Para gerir o medo que essas crianças podem sentir, seja por conta do ambiente ou de barulhos, como o da descarga, esteja por perto e observe. É preciso reforçar a constância e a criação de novos hábitos. Afinal, muitas crianças com TEA já podem ter definido sobre como fazer xixi ou cocô, o que demandaria a criação de uma nova rotina. Confira dicas para ajudar nesse processo, segundo a terapeuta ocupacional Stephanie Brunas dos Santos: Referência: LONGO, 1. S. F. Independência em atividades de vida diária (AVD’s) em crianças com transtorno do espectro autista (TEA): a perspectiva de profissionais da terapia ocupacional -Belo Horizonte, 2022. Dissertação [Especialização] apresentada à Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Disponível em: Especialização em TEA – ltala Stephanie.pdf (ufmg.br)
5 TIPOS DE TERAPIA PARA CRIANÇAS AUTISTAS

No mundo do desenvolvimento infantil, cada passo é um marco, e para crianças autistas, esses avanços têm um significado ainda maior. Terapias desempenham um papel crucial nesse percurso, impulsionando habilidades, comunicação e interações sociais. Neste artigo, exploraremos as principais terapias que moldam o progresso das crianças com TEA, entendendo como cada abordagem contribui para um desenvolvimento mais completo e significativo. Conteúdo A importância da terapia para crianças autistas: Antes de falarmos sobre terapia para crianças autistas, é bom reforçarmos a importância de um diagnóstico precoce, que propicie uma intervenção na fase em que a criança possui uma maior plasticidade neural, tornando a atuação profissional mais efetiva e diminuindo os prejuízos futuros. O diagnóstico precoce, em conjunto com as terapias instituídas de maneira adequada e baseadas em evidências, melhora significativamente a comunicação e as habilidades sociais das crianças com autismo Para o tratamento de indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) existem diversas opções que prometem promover o desenvolvimento em diferentes aspectos da vida. Além disso, vale ressaltar que o TEA é uma condição que afeta o neurodesenvolvimento da criança, mas não é uma doença. Ou seja, não tem cura, e sim, tratamento. Portanto, o acompanhamento e a intervenção de uma equipe capacitada, que trabalhe em prol do autista, é fundamental para fornecer condições que sejam boas para o seu desenvolvimento. Sendo exemplo disso, o apoio de uma equipe capacitada e o apoio da família da criança, que acompanhará a rotina do indivíduo diariamente. 5 TIPOS DE TERAPIAS PARA CRIANÇAS COM ‘TEA’ 1 – Intervenção do fonoaudiólogo: Uma das intervenções mais comuns, quando se fala em autismo, é a realizada pelos profissionais da fonoaudiologia, visto que, dentre as limitações típicas do autista, destacam-se os problemas de interação social. Dessa forma, por meio de terapias, os fonoaudiólogos têm o intuito de melhorar o desenvolvimento das aptidões para comunicação oral, escrita, voz, audição e equilíbrio. Nesse contexto, a busca por melhorias nos elementos citados é de grande valia para vencer as barreiras impostas pelo autismo, no que diz respeito à socialização da criança. 2 – Intervenção do terapeuta ocupacional: Outra área da saúde, bastante requisitada quando se fala de autismo, é a Terapia Ocupacional (TO), pois os profissionais dessa área se preocupam em promover a saúde para pessoas que possuem algum problema sensorial, motor e físico. Os terapeutas ocupacionais utilizam métodos e terapias que estimulam o aprimoramento de habilidades motoras, pois, dependendo do grau do autismo, essas habilidades podem estar comprometidas. Desse modo, é importante que a terapia seja feita desde cedo, respeitando a singularidade e as necessidades de cada indivíduo e oferecendo meios que estimulem uma maior autonomia e adaptabilidade no cotidiano. 3 – Terapia comportamental (ABA): As terapias que se baseiam nos princípios da Análise do Comportamento Aplicada (ABA), possuem um maior índice de indicação por parte da Organização Mundial da Saúde (OMS), não só para pessoas com autismo, como também para indivíduos que possuem algum transtorno ou desenvolvimento atípico. Essas terapias têm se mostrado eficazes quando aplicadas ao TEA, uma vez que, por serem baseadas em evidências, elas favorecem o desenvolvimento de aptidões e reduzem os prejuízos advindos da condição causada pelo autismo. O termo ABA vem da abreviação da sigla em inglês para Applied Behavior Analysis e as estratégias implementadas são colocadas através da Análise do Comportamento, com o intuito de entender: – Quais são os comportamentos que beneficiam ou prejudicam a pessoa; – Como e por quais motivos esses comportamentos ocorrem; – Quais as influências ambientais que se relacionam ao comportamento, para reforçar ou atenuar cada um. Ao obter as respostas para essas questões, é possível propor práticas e condutas que favoreçam o desenvolvimento e a aprendizagem de novas habilidades para cada indivíduo. 4 – Acompanhamento pedagógico: Por meio da lei 12.764/12 (conhecida como Lei Berenice Piana), os alunos com autismo têm direito à educação, bem como podem dispor de um acompanhante pedagógico especializado fornecido pela própria escola. Nesse sentido, o acompanhamento pedagógico é essencial para permitir que cada pessoa tenha suas individualidades e necessidades respeitadas, visto que não existe um único padrão que sirva para lidar com todos os autistas, pois cada um deve ser enxergado como ser singular. Além disso, esse acompanhamento serve, dentre outras coisas, para observar de perto e de forma individualizada o desempenho de cada aluno, no intuito de serem utiliza das estratégias adequadas ao seu desenvolvimento . 5 – Fisioterapia ou atividade física A coordenação motora fina e grossa são essenciais para que a criança realize diversas atividades, como se locomover, brincar, escrever, desenhar, manusear objetos, se vestir e cuidar da própria higiene. Logo, a participação de profissionais da fisioterapia e educação física é bastante relevante no atendimento da pessoa com TEA. Porém, é importante salientar a importância de que esses profissionais tenham capacitação e conhecimento sobre o autismo, a fim de promoverem corretamente as melhores estratégias para cada indivíduo. Outras terapias podem fazer parte das condutas para pessoas com TEA: Ao explorarmos essas terapias para crianças autistas, percebemos que cada uma é como uma peça importante num quebra-cabeça. Com a ajuda de profissionais e o apoio das famílias, essas terapias ajudam as crianças a aprender e crescer. Estamos criando um caminho forte para o futuro delas, cheio de oportunidades para se tornarem cada vez melhores. Além disso, é incrível pensar que cada passo à frente é uma conquista que fará diferença por toda a vida. Se você já teve a oportunidade de explorar terapias para crianças com TEA, queremos ouvir sua história! Deixe nos comentários quais tipos de terapias você já aplicou e como elas impactaram o desenvolvimento da criança. Gostou desse artigo e quer saber mais sobre o assunto? Cadastre-se na nossa Newsletter. REFERÊNCIAS Parent guide: therapies for autistic children. Raising Children, 2022. Disponível em: https://genialcare.com.br/blog/tratamento-para-autismo/. Acesso em: 7 jul. 2022. REIS, S. T.; LENZA, N. A Importância de um diagnóstico precoce do autismo para um tratamento mais eficaz: uma revisão da literatura. Revista Atenas Higeia, [S. l.], v. 2, n. 1, p. 1 –